Diga não ao óleo de Palma! [video]

O azeite-de -dendê ou óleo de palma é um azeite popular nas culinárias angolana e brasileira. É produzido a partir do fruto da palmeira conhecida como dendezeiro (eleais guineen).

Além do uso culinário, o óleo de palma pode também substituir o óleo diesel e ser ingrediente de muitos cosméticos.
No contexto actual, o óleo de palma é o segundo óleo mais produzido e consumido no mundo (representa 18,49% da produção e 20,40% do consumo mundial).

A produção de óleo de palma é a principal causa de desflorestação no Sudoeste Asiático,especialmente em Sumatra, na Malásia, o principal produtor deste produto. A floresta tropical e a floresta de turfa são queimadas para dar lugar a plantações de palma, emitindo grandes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera (a Indónesia é o terceiro emissor de gases de estufa do planeta) e ainda contribui para uma forte perda de biodiversidade (causa de extinção do tigre-de -sumatra, orangotango e outras espécies de fauna e flora únicas).

A área de plantações de óleo de palma na Malásia e na Indonésia já cobre 6 milhões de hectares, isto é uma área comparável ao tamanho da Holanda e Bélgica juntas.

Antigas terras de cultivo de cereais, frutas e outros bens alimentares também não foram poupados a estas gigantescas plantações. O que deu origem a uma crise social ,agravando a fome entre as comunidades mais pobres pela subida de preço do arroz e trigo (agro inflação).

Por sua vez, a indústria de alimentos, sob pressão das agências de saúde e das comunidades estão, rapidamente, a substituir os produtos com gorduras hidrogenadas, por óleo de palma. Ao que a substituição em nada favorece o consumidor, pois o óleo de palma possui alto teor de gordura saturada. Não será um substituto mais saudável, elevando os níveis de LDL (mau colesterol), logo, contribuindo para o agravar das doenças cardiovasculares nos países industrializados.

O mínimo a fazer, como consumidores responsáveis significa adquirir produtos eticamente correctos,ou seja, cuja elaboração não envolva a exploração de comunidades já de si carenciadas e não provoque danos ao meio ambiente.

Isto pode ser feito de duas maneiras:
Boicotes morais- A não compra de produtos que contenham palma de origem indeterminada, nomeadamente cosméticos, bolachas e outros produtos alimentares. E sobretudo, não consumir óleo de palma produzido na Malásia (tão comum nos supermercados portugueses e europeus, com excepção do Reino Unido, que possui determinados critérios para importar este óleo).

Compras correctas; Favorecendo produtos eticamente correctos e realizar negociações baseadas em princípios no bem comum. É preferível o uso de azeite de oliveira ao de palma. Caso a receita exija óleo de palma, convém preferir óleo de palma biológico ou com origem em países como S.Tomé e Príncipe.

Por fim, qualquer cidadão moralmente responsável deverá recorrer ao número telefónico de serviço ao consumidor em caso de dúvida quanto aos ingredientes do produto a consumir. Poderá ainda propor a substituição deste óleo por um outro nos produtos que se encontram no mercado. Pelo meio ambiente,´pelos direitos humanos, pelos animais e pela sua saúde, não consuma óleo de palma.

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