Orangotangos evoluíram para viver em floresta degradada, diz pesquisa.

Orangotangos pulam de galho em galho no alto de árvores. Mesmo assim, eles gastam menos calorias por massa do que um humano sedentário médio. O único outro mamífero de placenta que gasta menos energia é o bicho preguiça.

Isso é o que diz a pesquisa liderada por Herman Pontzer, da Universidade de Washington em St. Louis, Missouri (EUA), em artigo publicado na revista “PNAS”. O grupo analisou a urina dos animais.

A quantidade energia usada diariamente por um animal cresce proporcionalmente à sua massa. Quanto mais pesado é o animal, mais energia ele precisa. Mas a equipa de Pontzer acha que a falta de regularidade na disponibilidade de comida no habitat do orangotango (sudeste da Ásia) levou a uma evolução de um tipo de metabolismo especialmente económico.

O macaco, que é espécie ameaçada, depende de uma dieta de frutas maduras, mas a oferta de alimento na floresta tropical pode cair de repente, forçando o orangotango a sobreviver às vezes meses sem uma alimentação adequada.

Embora a economia metabólica seja útil em meio a ciclos frutas sensíveis, ela não ajuda a repor os números cada vez menores da espécie. Orangotangos levam 12 anos para atingir a idade adulta e procriam em intervalos de, no mínimo sete anos, o mais longo de qualquer primata.

O consolo é que florestas degradadas, antes consideradas pouco apropriadas para a espécie, podem ser um ambiente “habitável” para esses simpáticos primatas.

“Se causarmos a extinção dessa espécie”, diz Pontzer, “teríamos uma vergonha adicional, sabendo agora que se trata de um animal que evoluiu para ser um sobrevivente em condições naturais difíceis”.

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